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terça-feira, 19 de junho de 2012

SELEFOGO_PARTE 3

SELEFOGO 4X1 ARGENTINA


O dia em que os hermanos caíram de 4 
aos pés do Botafogo

 


Um dos maiores olés da história do futebol.

O link da matéria (aqui)

Não houve filmagem do jogo - aqui, uma reportagem especial da TV


Muitos clubes desportivos do mundo colecionam glórias. O desporto é, aliás, uma glória por si mesmo. Muitos clubes detêm recordes, façanhas e feitos únicos que os distinguem de outros. O nosso amado Botafogo, não possuindo uma torcida numericamente fabulosa – ainda bem! –, nem títulos de ‘cegar’ meio mundo, possui, contudo, uma gama de acontecimentos tão magnífica (sui generis para ser mais exato), que lhe permite se inserir num panteão no qual distingue-se da maioria esmagadora dos clubes do mundo – pela sua história e pelas suas originalidades inigualáveis.

Existiu um ‘jogo inesquecível’ e o resultado foi Botafogo 4x1 seleção argentina (os titulares e não o Velez disfarçado de seleção). Este jogo não foi jogado pelo Botafogo, mas por uma seleção brasileira que entrou em campo com oito jogadores botafoguenses, vindo a golear a Argentina por 4x1. Quantos clubes do mundo viram a seleção de futebol do seu país representada por oito jogadores simultaneamente? E qual clube do mundo que tenha carregado tantos titulares na formação da seleção nacional (talvez alguma de um país com 2 clubes, a última espanhola, provavelmente) pode dizer que goleou, humilhou, esmagou e reduziu a pó um selecionado do naipe do time da Argentina?



No dia 7 de Agosto de 1968, no Estádio do Maracanã, os jogadores botafoguenses realizaram um dos mais célebres jogos de futebol perante 40 mil torcedores absolutamente maravilhados com a sua Selefogo. Foi um verdadeiro recital de bola. A CBD (atual CBF), em rota de colisão com os clubes paulistas, colocou em campo um combinado carioca com oito jogadores do Botafogo, sob o comando do técnico Zagallo, do Botafogo. O nosso tetracampeão do mundo (como jogador, treinador e dirigente) recordou o jogo:

– “Em 1968, fui convidado para dirigir a Seleção contra a Argentina em um amistoso no Maracanã. Formei a Seleção com a base do time do Botafogo, que tinha sido campeão estadual em 67 e acabaria bicampeão no final de 68, e goleamos por 4 a 1. Foi o meu primeiro jogo como treinador da Seleção, para onde voltei oficialmente em 70.”

O time do Botafogo foi todo convocado e só não entraram em campo o goleiro Cao, o zagueiro Zé Carlos e o ponta direita Rogério. A equipe alinhou inicialmente com Félix (Fluminense), Moreira (Botafogo), Brito (Vasco), Leônidas (Botafogo) e Valtencir (Botafogo); Carlos Roberto (Botafogo) e Gérson (Botafogo); Nado (Vasco), Roberto (Botafogo), Jairzinho (Botafogo) e Paulo César (Botafogo). Murilo (Flamengo) substituiu Moreira do Botafogo); Ney Oliveira (Vasco da Gama) substituiu Roberto (Botafogo). Os gols foram obtidos por Valtencir, Roberto, Jairzinho e Paulo César. O BRASIL ENTROU EM CAMPO COM 3 JOGADORES DO VASCO, E 8 ATLETAS DO BOTAFOGO.

O desenrolar do jogo será narrado a seguir, mas cabe respeitosamente informar aos leitores que OS 4 GOLS DO BRASIL FORAM MARCADOS POR JOGADORES DO BOTAFOGO.


Gérson comandou o espetáculo, que se notabilizou, além da goleada, por uma "roda de bobo" feita aos jogadores argentinos, durante a qual os brasileiros trocaram 52 passes consecutivos, que culminaram no 4º tento, gol este que coroou aquele que ficou conhecido como o ‘Jogo do Olé’.

COM O JOGO JÁ DEFINIDO, GÉRSON COMANDOU UM OLÉ DOS MAIS INESQUECÍVEIS DA HISTÓRIA DO FUTEBOL.

Zagallo recorda esse momento mágico na memória de 40 mil privilegiados torcedores presentes ao estádio:

– "Trocamos os 52 passes, com os argentinos na roda, até sair o gol do Paulo César. Foi um lance que dificilmente será visto de novo no futebol”.

ESSA CENA JAMAIS FOI REPETIDA E, COMO SE COSTUMA DIZER, “QUEM VIU, VIU; QUEM NÃO VIU, PERDEU”.

Os minutos iniciais foram de contenção dos argentinos, que formavam um muro compacto para impedir as jogadas do adversário. A Selefogo jogava com a defesa em linha, mas Gérson e Carlos Roberto, recuados, asseguravam a consistência defensiva, sendo função de Paulo César ( P.C. Caju) e de Nado irem buscar jogo atrás.

Os argentinos ameaçaram por duas vezes, a meio da 1ª parte, mas Félix correspondeu com duas boas defesas. Aos 40 minutos, quase que Yazalde marcava (futuro jogador do Sporting que conquistou a Bola de Ouro de melhor marcador europeu), mas logo a seguir Valtencir (nosso lateral esquerdo antes da chegada de Marinho Chagas, a lenda) avançou pela esquerda, recebeu a bola e chutou de fora da área inaugurando o marcador.


Entretanto, os argentinos tiveram que procurar o gol na 2ª parte e o jogo tornou-se mais aberto. Nado aproveitou-se disso aos 5 minutos, fez um lançamento longo para o flanco direito e, já próximo à trave, Roberto cobre o goleiro adversário e faz Selefogo 2x0.

O Brasil então ampliou a sua liderança em campo e a festa começou a se descortinar por todo o estádio. Aos 28 minutos, Roberto quase que aumentava o placar a passe de Jairzinho. Porém, quatro minutos depois, Gérson arranca pela esquerda, toca para Paulo César que chuta rasteiro para a marca de grande penalidade, onde Roberto ajeita a bola e fuzila o ângulo direito da Argentina. Selefogo 3x0.

Entretanto, Roberto foi substituído por Ney e iniciou-se a famosa cena do ‘olé’, aos 83 minutos de jogo, que durou dois artísticos minutos e meio. Os últimos passes redundaram de uma tabelinha entre Ney e Jairzinho, que completou para o fundo da baliza perante o delírio absoluto de quarenta mil pessoas. Selefogo 4x0. Mesmo no encerrar do pano os argentinos marcaram o seu gol de honra.



FICHA TÉCNICA

Brasil 4x1 Argentina
» Gols: Valtencir, Roberto, Paulo César e Jairzinho (Brasil); Basile (Argentina)
» Competição: Amistoso
» Data: 07.08.1968
» Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro
» Público: 39.375 pagantes
» Árbitro: Armando Marques
» Brasil: Félix (Fluminense), Moreira (Botafogo), depois Murilo (Flamengo), Brito (Vasco), Leônidas (Botafogo) e Valtencir (Botafogo); Carlos Roberto (Botafogo) e Gérson (Botafogo); Nado (Vasco), Roberto (Botafogo), depois Ney Oliveira (Vasco), Jairzinho (Botafogo) e Paulo César (Botafogo). Técnico: Mário Zagallo (Botafogo).
» Argentina: Sanchez, Ostua, Perfumo, Basile e Malbernat; Solari (Savoy) e Rendo; Aguirre, Yazalde, Veglio (Minitti) e Más. Técnico: José Maria Minella.


Adaptação de texto extraído do site "Canal Botafogo"


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